domingo, 3 de abril de 2011

Bem, a Ana Garcia (a pipoca mais doce para os "amigos"), escreve muito bem, mas esta semana gostei mesmo de ler isto. Escreve semanalmente a rubrica do corpos Danone, mas este discurso (embora muito "Carmona da Mota" like), impressionou-me e fez-me pensar. Percam lá dois minutos:)

Dizer não ao não
Há uns dias, numa aula de pós-graduação, uma professora falava de um conceito que, infelizmente, me parece pouco familiar entre os portugueses: positividade. Dizia ela que todos nós devemos treinar um discurso e uma atitude positiva, para facilitarmos a vidinha a toda a gente (e a nossa, em primeiro lugar). Isto não tem nada a ver com “O Segredo”, com a luz ao fundo do túnel, com esoterismos, com pensar muito num cheque chorudo e vê-lo aterrar na caixa de correio. Nada disso. A verdade é que somos um povo a atirar para o deprimido. Estamos sempre “assim-assim”, “como Deus quer”, “vai-se andando”. Traçamos sempre os piores prognósticos, estamos sempre à espera do cenário mais dramático, preferimos o problema à solução. Já repararam na quantidade de vezes que dizemos “não” ao longo do dia? Na quantidade de vezes em que comentamos pela negativa e não pela positiva?  Perguntava a professora: “porque é que em vez de dizermos “isto não está mau” não optamos por dizer “isto está bom?” Não é exactamente o mesmo? Então, o que é que nos custa? Nada, mas é sempre muito mais fácil puxar para baixo, é sempre muito mais fácil dizer que é tudo mau, tudo horrível, tudo péssimo, que não há nada que corra bem, que somos uns infelizes, uns desgraçados, que todos os males do mundo se abateram sobre nós, sem dó nem piedade. E se calhar, se pararmos um bocadinho para pensar com objectividade, afinal nem é tudo assim tão mau. Até temos uma vidinha bem boa. O que se espera, em oposição ao costumeiro e resignado encolher de ombros, é um discurso proactivo. Um discurso que contorne as dificuldades, que dê opções, que veja o copo meio cheio. Talvez não seja má ideia arranjarmos um mealheiro para depositar 50 cêntimos de cada vez que dissermos não ou formos pessimistas ou complicadinhos. Uma aposta em como o mealheiro enche num instante? Fica o trabalho de casa: evitar pronunciar a palavra “não” duzentas vezes por dia ou, pelo menos, tentar dizê-lo de outra forma. Mais positiva, mais proactiva, contornando as dificuldades. Sugerindo opções. Sugerindo outros meios para atingir o mesmo fim. Tentar não custa. Bolas, lá se vão mais 50 cêntimos.

1 comentário:

inesgante disse...

LOl também já tinha lido e comentado! é mesmo "Carmona da MOta like" mas, no fundo, concordo MUITO